Todos os anos, com a chegada do Outono e
das primeiras chuvas surgem súbita e misteriosamente os cogumelos silvestres
vestindo os nossos prados, florestas, parques e jardins, com uma enorme
panóplia de cores e formas, dando origem a um espectáculo de incontestável
beleza. Contudo, o que nós observamos é apenas “a ponta do iceberg”.
Tal como os frutos produzidos pelas
plantas, os cogumelos são estruturas reprodutoras produzidas por fungos,
durante uma fase do seu ciclo de vida, e que representam a única parte visível
destes mesmos seres vivos. Mas nem todos os fungos possuem estruturas
reprodutoras macroscópicas (ou visíveis a olho nu) e como tal o termo cogumelo
frequentemente aplica-se apenas às estruturas reprodutoras formadas durante a
reprodução sexuada em alguns grupos de fungos, nomeadamente nos Basidiomycota e Ascomycota.
Estimativas recentes apontam para a
existência de aproximadamente 1,5 milhões de espécies de fungos em todo o
mundo, das quais cerca de 55000 são produtoras de cogumelos (macrofungos). Esta
enorme diversidade faz do reino Fungi um dos maiores grupos de
organismos conhecidos, podendo ser encontrados praticamente em todos os
habitats naturais e semi-naturais, desde as florestas tropicais às planícies
geladas da Antártida. Contudo é nos ecossistemas florestais onde estes
encontram o seu óptimo ecológico, ou seja, as condições ideais para se
instalarem. Estas condições diferem de espécie para espécie e estão
relacionadas, principalmente, com o seu modo de nutrição.
À semelhança dos animais e
contrariamente às plantas, os fungos não possuem clorofila e são por essa razão
incapazes de produzir o seu próprio alimento, dependendo de outros seres vivos
ou de matéria orgânica para obter a energia e os nutrientes de que necessitam.
No entanto, os fungos não possuem os sistemas nem os órgãos especializados
característicos da maioria dos animais e não partilham da sua mobilidade
estando geralmente confinados num substrato (p. ex. no solo, em troncos, restos
vegetais e animais). Para se susterem adoptaram diversas estratégias
nutricionais podendo: alimentar-se dos nutrientes que extraem da decomposição
dos substratos que colonizam (fungos sapróbios), parasitar animais e ou plantas
para conseguirem retirar os nutrientes essenciais para o seu metabolismo
(fungos parasitas) ou estabelecer relações de simbiose com as plantas, facilitando
a absorção de água e nutrientes para a planta e recebendo em troca os
nutrientes de que necessitam (fungos micorrízicos).
* Saiba mais em http://naturlink.sapo.pt/Natureza-e-Ambiente/Fauna-e-Flora/content/Os-Cogumelos-Diversidade-e-Ecologia?bl=1&viewall=true#Go_1
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