Planta longitudinal composta por nave única e capela-mor, mais baixa e estreita, rectangulares, com torre sineira, quadrangular, e sacristia, rectangular. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas, na igreja, três, na sacristia e em coruchéu hexagonal, na torre sineira. Fachadas em cantaria de granito, de aparelho em fiadas regulares, com as juntas betumadas, terminadas em friso e cornija, com pilastras nos cunhais e cruz sobre acrotério nas empenas.
Interior rebocado e pintado de branco; nave com coro-alto sobre trave de madeira, sustentado por seis mísulas de pedra, com balaustrada de madeira, envernizada; no sub-coro surgem pia de água benta, gomeada, no lado da Epístola, e pequeno vão rectangular, de um antigo armário de alfaias, no lado do Evangelho, ladeando o portal; lateralmente, abrem-se dois vãos em arco de volta perfeita, confrontantes, sendo o do lado do Evangelho o baptistério com painel de azulejos historiados, representando o baptismo de Cristo no rio Jordão, e pia baptismal de taça monolítica, semi-esférica, sobre pé de secção circular, e albergando o da Epístola imagem sobre base prismática
Com altar tipo urna, com frontal decorado com concheados em talha dourada, sobre o qual surge sacrário, terminado em frontão de volutas interrompido por acanto, profusamente ornado de concheados e com cruz na porta. Pavimento soalhado e cobertura em falsa abóbada de berço, estucada e pintada com motivos alusivos à Eucaristia. Sacristia com pavimento em lajes de granito e tecto de madeira, com arcaz de castanho, comunicando com o exterior.
É imóvel ou conjunto com valor tipológico, estilístico ou histórico ou que se singulariza na massa edificada, cujos elementos estruturais e características de qualidade arquitectónica ou significado histórico deverão ser preservadas. Incluem-se neste grupo, com excepções, os objectos edificados classificados como Imóvel de Interesse Público.
Cronologia:
- Séc. XVII - Provável construção da igreja;
- 1755, 1 Novembro - o terramoto causou algum "detrimento" na igreja;
- 1758, 8 Março - segundo o relato do Pe. Bernardo José Gonçalves nas Memórias Paroquiais, a freguesia possuía 97 fogos, 375 pessoas de sacramento e 40 de meninice; a igreja estava ainda por reparar dos danos causados no terramoto, nomeadamente a cruz sobre a capela-mor e a fenda aberta nas paredes do lado N., tendo ainda que retirar-se o sino da torre por ameaçar ruína; a apresentação da igreja pertencia ao vigário de Cerva, por mercê que lhe fizeram as religiosas de Santa Clara de Vila do Conde, as quais comiam os frutos colhidos na freguesia; a igreja ficava no meio do Lugar de Limões, com 56 vizinhos, e tinha quatro altares: o mor, onde estava colocado o Santíssimo Sacramento e o padroeiro São João, dois colaterais, o do Evangelho dedicado ao Santo Nome de Deus e o da Epístola de Nossa Senhora, com título do Rosário e das Neves, existindo neste mesmo lado da Epístola um altar dedicado a São Sebastião; tinha ainda uma Irmandade com invocação das Almas; o seu título era vigararia colada, com apresentação do reverendo de São Pedro de Cerva, e rendia cerca de 80$000 ou 70$000;
- 1766 - Data inscrita no portal de acesso ao coro-alto;
- 1853 - Com a extinção do concelho de Cerva, a freguesia de Limões passa a integrar o concelho de Ribeira de Pena;
- 1867 - Edificação da torre sineira.