sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Floresta Portuguesa: Território, Ambiente e Economia!

Há um novo papel da floresta na política de ambiente e ordenamento do território. Há um novo papel dos municípios no planeamento do território e na detecção de iniciativas.
A floresta é um elemento perene de estruturação do território compondo alguns dos ecossistemas mais biodiversos e integrando os ciclos da água e do carbono. Esta estrutura inclui todas as florestas cuja vocação é predominantemente produtiva. As árvores demoram tempo a crescer e ocupam o território durante largos períodos. A função estruturante do território e os benefícios ambientais no longo prazo são homólogos dos horizontes de investimento muito alargados e das baixas rendibilidades florestais. Pode dizer-se que a floresta gera benefícios que, em larga medida, se mantém externos à análise dos investimentos florestais.
Existe também um conjunto de factores que dificultam o investimento, multiplamente relacionados com as externalidades ambientais e sociais.

De D. Dinis aos fundos comunitários
Desde a primeira dinastia que o poder público reconhece os benefícios ambientais da floresta (D. Dinis pretendia, com o seu famoso pinhal, proteger terrenos agrícolas da invasão das areias litorais). O século XX não foi excepção uma vez que, mais ou menos explicitamente, os benefícios ambientais fazem parte da justificação do apoio público ao investimento. Existindo diferenças importantes entre os Planos de Arborização do Estado Novo e os apoios dos três quadros comunitários de apoio que vigoraram desde 1986 verifica-se que, quer a arborização realizada directamente pelo Estado, quer a dimensão dos apoios a fundo perdido concedidos a privados, reflectem a baixa atractividade e a existência de razões externas ao investimento que justificam o seu apoio, configurando uma internalização dos benefícios da floresta. O problema do presente é que a participação pública no investimento não parece ser suficiente para o estimular. Mais uma vez, a propriedade e a rendibilidade são obstáculos difíceis de remover ou contornar, e é esta a essência do problema económico e ambiental associado à floresta portuguesa.


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